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No início, tem o amor....


Ah! O amor!


Falar de amor é sempre arriscado. Sempre parece piegas demais... porque é! Amor é piegas e ponto final.

O amor é essa coisa maravilhosa que faz a gente tirar força não sei de onde pra seguir nossa rotina de educação, cuidado e acolhida. É o que nos transforma em responsáveis pelos nossos filhos, que faz que sigamos dormindo pouco e comendo no improviso, o que liga nossos instintos e nossas intuições para que nossas decisões sejam as melhores possíveis.

Mas, se é por amar demais que metemos os pés pelas mãos em tantos aspectos da vida, por que seria diferente com a educação dos nossos filhos?

Por amar demais, a gente cobra demais, exige e repreende. Queremos que nossos filhos sejam crianças admiradas pela boa educação, que sejam bem-vindas nos espaços que frequentamos, que tenham um bom desempenho na escola... exageramos por amar demais.

Esse mesmo sentimento nos move a idealizar uma vida que insiste em não acontecer, por mais que sigamos à risca todos os manuais do "vai que dá certo com todo o mundo" que encontramos pelo caminho. Tentamos fazer tudo conforme o figurino, mas claro que sempre algo foge do controle.

É esse amor, também, quem nos impulsona, em outros momentos, à permissividade, quem nos inibe de dizer aquele "não" que seria tão importante, mas que traria um choro inevitável... é quem adia o ensinar aquilo que é tão chato por mais importante que seja.

Sim, o amor é a raiz de tudo e anda de mãos dadas com a culpa, pra quem educa.

A má notícia é que, por mais amor que exista, iremos errar. Não existe educação infalível, modelo pronto nem pais perfeitos. Ainda bem!

A boa notícia é que é justamente esse amor quem nos salva do poço sem fundo da culpa, do medo e do remorso. É ele quem nos permite começar a minimizar os danos. Gente, o amor é remédio e remendo.

Acredito que é justamente o amor quem resolve as questões apresentadas pela educação que recebemos, as incontáveis pisadas na bola que nossos pais deram, por falta de conhecimento e preparo. É pelo amor que eles sentiram por nós, e pelo que sentimos por eles, que conseguimos curar nossas feridas a ponto de sermos pessoas preocupadas em fazer mais e melhor pelos nossos filhos.

É nosso amor pelas nossas crias quem nos impulsiona a aprender mais, pra tentar fazer melhor com os nossos filhos, pelos nossos filhos. Foi o amor quem trouxe você até aqui e foi ele quem me fez estar aqui, nesse processo contínuo de busca, aprendizado e troca.

Ao errarmos e reconhecermos isso, ensinamos pelo exemplo. Tiramos o peso da perfeição das costas dos nossos filhos: mostrando que todos podemos (e iremos) falhar e quão saudável é admitir isso e procurar melhorar. Penso que "pais infalíveis" são um modelo inatingível a ser seguido, que só traria frustração e sensação de derrota pra quem quer tanto "ser igual a gente", quando crescer.










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