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Falar



Com quem?



Uma das principais cobranças que fiz pra mim mesma e que mais atrasou a criação desse blog foi sobre o conteúdo das publicações.

Como até hoje eu só tinha escrito sobre educação nos ambientes acadêmico e profissional, ficava aquele peso de não acreditar que poderia postar nada de interessante, se não tivesse essa pegada: tudo precisaria ser fruto de incansáveis pesquisas, bem referenciadas, nas normas técnicas, cheio de citações de autores e com um conteúdo mais profundo, sempre.

Mas eu estaria falando com quem?

Acabei me dando conta que não era isso que eu queria fazer... eu queria que as publicações aqui ficassem mais próximas daquela conversa despretensiosa com os amigos, daquele atendimento que fiz, falando as coisas de maneira clara e informal, e que tinham tanto conteúdo de experiência de mãe e de educadora, quanto a simplicidade de quem fala com alguém próximo.

Isso não quer dizer que eu vá desprezar o conhecimento pedagógico, que eu não vá citar livros ou que vá ficar no raso. Eu quero e vou pular de cabeça, lá no fundo. Isso tudo vai aparecer por aqui, mas quero escrever como quem fala sobre o assunto tomando um café com uma amiga e não como quem prepara uma monografia de conclusão de curso.

E qual a razão de eu estar publicando isso agora? Bem, esse texto de quase pedido de desculpas à comunidade científica foi candidato a abrir o blog, ser a primeira publicação, e, depois, quase foi pra lixeira. Mas resolvi resgatar porque enxerguei nele um dilema da educação de crianças e adolescente que todos conhecemos bem.

Às vezes nós lemos, pesquisamos, estudamos tanto... ficamos tão preocupados com quanto precisamos ser perfeitos na nossa função de educar a quem amamos que esquecemos do principal: colocar em prática de uma maneira leve e prazerosa.

Não adianta muito a gente aprender dicas de como fazer, se não fizermos. Seja por medo de errar ou por inseguranças que todos temos. Os filhos vão crescendo e a gente vendo o tempo passar, sem fazer acontecer a educação que sonhamos (e até invejamos) por não nos acharmos capazes de realizar essas coisas.

Vamos nos permitir tentar, acertar e errar na construção do nosso caminho. Quando for necessário, nós paramos, revemos e ajeitamos aquilo que teima em fugir da nossa rota. Se a confiança não aparecer, vamos com medo! O importante é irmos.




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